31 de jul. de 2013

Bartimeus espirituais


Meditando esta noite na passagem do cego Bartimeu, o Senhor inspirou-me a escrever este texto. Faço desta passagem uma analogia à nossa condição espiritual, quando encontramos o Mestre.

Então chegaram a Jericó. Quando Jesus e seus discípulos, juntamente com uma grande multidão, estavam saindo da cidade, o filho de Timeu, Bartimeu, que era cego, estava sentado à beira do caminho pedindo esmolas. Quando ouviu que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: "Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! " (Mc 10:46-47).

Enquanto não somos tocados por Jesus, enquanto não conhecemos e vivemos a presença Dele em nossas vidas, não passamos de cegos espirituais. Somos como Bartimeu, sentado à beira do caminho, tateando o ilusório da vida.

O processo de conversão é muito delicado. Há cristãos que tendem convencer o próximo "à força", mas sabemos pela Bíblia, que o Espírito Santo é o único que convence. "Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos." (Zc 4:6).

E chega um dia, em que pela imensurável graça de Deus, e não raro, pela oração de nossos ávidos intercessores, somos atraídos pela presença de Cristo, e ansiamos desesperadamente por Ele. Então, nossa alma grita como fez Bartimeu: "Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!" 

Cansamos de viver na densidão de trevas do pecado. Não é preciso fechar os olhos. Mesmo de olhos abertos, sua escuridão imunda nos é exposta. E mesmo não vendo nitidamente, temos em nós a ideia e a percepção de que o Mestre e seus discípulos estão passando por nós... Seu "cheiro", leveza, luz, sua pureza não nos é oculta ainda que de olhos "vendados".

É como enxergamos as pessoas antes de nos convertermos. Podemos taxá-las de "crentes" de modo pejorativo, podemos nos questionar quanto ao seu "estilo de vida" cheio de regras e sem muita liberdade (aos olhos do mundo), mas vemos algo fascinante em Jesus! Vemos algo de incrível nessas pessoas! 

Então chega o dia em que decidimos aceitá-Lo. Chamamos por Ele, queremos a presença de Jesus em nossas vidas. Mas muitos se opõem. Muitos se levantam para contestar nossa feliz decisão:

"Muitos o repreendiam para que ficasse quieto, mas ele gritava ainda mais: "Filho de Davi, tem misericórdia de mim! " (Mc 10:48). 

As vezes, muitos nos repreendem ao desejar seguir o Mestre, viver com Ele; outros, infelizmente, continuam sendo repreendidos mesmo tempos depois de serem convertidos. Mas Jesus disse:  "chamem-no!" , e outros, ainda, o chamaram: "Ânimo! Levante-se! Ele o está chamando. (Mc 10:49). 

Jesus nos chama. Sua voz suave e doce nos atrai, e Ele usa muitas vezes seus servos que nos encorajam à ter ânimo, à levantar do chão e a abandonar a velha capa, as vestes de trapo... porque Jesus tem para nós vestes limpas, vestas novas, livres de pecado! Aleluia!

E mesmo não professando literalmente, ainda que nossos lábios não mencionem estas palavras, ao nos encontrarmos com o Mestre nosso coração simplesmente anseia:

"Mestre, eu quero ver!" (Mc 10:51). E simplesmente vemos.

O colírio de Cristo nos mostra do tempo perdido. Nos revela que a "felicidade" de antes, na verdade não passava de trapo, perto da felicidade que Ele, somente Ele, nos proporciona. A "chatice", "alienação", "prisão" e "cegueira" dos cristãos, tornam-se a concepção de "novidade de vida", "sabedoria", "liberdade" e plenitude do amor de Deus!

Diante disso, creio que "cego" é uma condição espiritual do ser humano! Enxergando através dos olhos ou não, Jesus é o Único que pode abrir nossos olhos espirituais, para enxergarmos e vivermos verdades que libertam, curam e restauram para a vida eterna!

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